segunda-feira, 1 de junho de 2009

Ficar ou não - eis a questão

A sociedade humana é dinâmica em suas atitudes e valores. Isto pode parecer positivo, mas é preciso verificar em que sentido caminha a humanidade. A civilização apresenta basicamente dois tipos de mudança constante: científica e comportamental.

    Pelo lado tecnológico, ficamos extremamente admirados com tanto desenvolvimento. Em questão de meses, os avanços científicos são ultrapassados por novas descobertas e invenções. A questão comportamental, entretanto, não apresenta progressos, haja vista o fato de ocorrerem guerras em pleno século XXI. Isto, porém, não surpreende àqueles que conhecem as profecias bíblicas (Mt.24). A criminalidade, o terrorismo e a exploração dos ricos sobre os pobres têm crescido assustadoramente.
    Na questão dos relacionamentos, os valores morais têm sido abandonados em nome do prazer egoísta, criando também um tipo de exploração. Alguns podem ver tudo isso como "liberdade" ou "modernidade". Contudo, percebemos a mente de Satanás por trás de novidades como o "ficar", que é um tipo de relacionamento rápido e irresponsável, onde duas pessoas se entregam uma à outra numa relação de egoísmo em dupla.
    Cada um quer o prazer pelo prazer. O valor da outra pessoa é reduzido a nada. Os seres humanos se tornam objetos nesse tipo de relação. É bom lembrarmos que, em muitos casos, o chamado "namoro" pode ter também os mesmos defeitos, mudando apenas o nome e a duração do problema. Aquele que se dispõe a assumir um namoro pode parecer bem intencionado, mas só Deus e a própria pessoa sabem suas verdadeiras intenções.
    Se vamos usar alguém e jogar fora, mesmo com o consentimento dessa pessoa, estaremos pecando contra Deus, que nos fez à sua imagem e semelhança, razão suficiente para que nos tratemos uns aos outros com dignidade e respeito. Outro motivo da valorização de cada um é o fato de Cristo ter morrido por nós. Quão grande valor cada pessoa tem aos olhos de Deus! Não podemos reduzir nenhum ser humano ao nível de um objeto descartável.
    "Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santidade e honra, não na paixão da concupiscência, como os gentios que não conhecem a Deus; ninguém iluda ou defraude nisso a seu irmão, porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos. Porque Deus não nos chamou para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem rejeita isso não rejeita ao homem, mas sim a Deus, que vos dá o seu Espírito Santo" (ITss.4.3-8).
    É compreensível que os ímpios cometam vários tipos de imundícias, mas o caminho do cristão é outro. Todo relacionamento sentimental do servo de Deus deve ter em vista o casamento. É verdade que, por motivos diversos, nem todo namoro conduz ao matrimônio, mas o propósito fundamental deve ser esse. Não é que o João vá namorar a Maria com certeza prévia de se casar com ela, mas, pelo menos, que essa possibilidade esteja sendo avaliada seriamente. O namoro como um fim em si mesmo não é bom e pode gerar muitos pecados.
    Algumas pessoas reclamam da solidão, como se isso fosse o fim do mundo. É claro que uma vida de solidão é terrível, mas um adolescente, por exemplo, deve se satisfazer com a companhia dos amigos, da família e dos irmãos em Cristo. Pensar que um namoro ou um "ficar" seja a solução para a solidão pode ser uma idéia maligna, uma porta aberta para relações desnecessárias, fora do tempo, e que podem trazer danos permanentes para a vida.
    Jeremias escreveu: "Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor. Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade. Que se assente ele, sozinho, e fique calado, porquanto Deus o pôs sobre ele" (Lm.3.25-28).
    Estar solitário por algum tempo não é o fim do mundo. É importante saber esperar o que Deus tem para cada um, sabendo que o Senhor é bom e tem o melhor para nós.
    Não podemos fazer regras muito definidas sobre namoros, mas uma coisa é absolutamente clara nas Escrituras: o solteiro não pode ter relações sexuais (Dt.22.20-29; ICo.7.2). Aquele que transgride nessa área está cometendo o pecado da prostituição, ainda que seja com um namorado ou noivo. O jovem cristão não pode falhar nesse ponto, pois seu corpo é o templo do Espírito Santo. Os riscos são muito grandes e as conseqüências podem ser terríveis. Quando a mãe de Jesus concebeu pelo poder do Espírito Santo, ela estava noiva e era virgem. Se tivesse se entregado a José antes do tempo, tornar-se-ia desqualificada para o propósito de gerar o Messias.
    Por quê existe tanto regulamento a respeito da sexualidade? O sexo é algo sagrado, porque através dele transmitimos a vida. Isto não pode ser feito de modo irresponsável.
    A virgindade deve ser valorizada pelos servos e servas de Deus até que se chegue ao matrimônio. Aquele que se entrega antes do casamento, está desonrando seu futuro cônjuge, mesmo sem conhecê-lo.
    A \"liberdade sexual\" é considerada muito normal hoje em dia. Pode ser normal para o diabo e para todos aqueles que quiserem morar com ele no inferno. Para o cristão, normal é ser santo.
    Além disso, especialistas afirmam que aqueles que chegam virgens ao casamento terão maior probabilidade de permanecerem casados, pois não terão experiências íntimas anteriores como elementos de comparação. Quem nunca se prostituiu dificilmente irá adulterar. Por outro lado, aquele que se acostumou com a variedade de parceiros em sua vida sexual terá grande dificuldade para ser fiel.
    Se carregamos o nome de Jesus sobre nós, se nos declaramos filhos de Deus, precisamos honrar seu santo nome. Caso contrário, o Senhor se envergonhará de nós no dia do juízo e de forma alguma entraremos no seu reino, conforme se vê claramente em Gálatas 5.19-21, exceto se houver arrependimento e mudança. Ainda assim, as conseqüências do pecado acontecerão nesta vida porque "aquilo que o homem semear, isto também ceifará" (Gálatas 6.7).
    Os relacionamentos do servo de Deus devem ser pautados pelo amor e pela responsabilidade. Uma coisa não pode ser separada da outra.
    Falamos muito sobre o plano de Deus para nós, mas devemos nos lembrar também de que existem os planos de Satanás para cada um. O inimigo deseja que cada jovem se relacione de modo irresponsável com muitos outros, deixando pessoas feridas e traumatizadas pelo caminho. Ele quer também que isto seja motivo para que muitos se esfriem espiritualmente e abandonem a igreja, enquanto outros, olhando de fora, queiram distância do cristianismo. O Diabo pretende também que, num desses relacionamentos, aconteça uma gravidez indesejada e, quem sabe, até um aborto? O inimigo quer que o jovem de hoje seja o adulto deprimido de amanhã, com lembranças amargas, consciência pesada e reputação destruída. Que tal uma aids também para completar?
    Cada jovem deve avaliar a sua vida para saber se está no caminho de Deus ou se está colocando em execução os planos de Satanás.
    Nem tudo o que o mundo faz nós podemos fazer. Afinal, somos filhos do Rei. Não podemos sair por aí fazendo tolices. Precisamos honrar nosso Pai, sabendo que ele tem o melhor para nós.

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